[Hearthstone] JovemNerd entrevista Ben Brode sobre o Ano do Mamute

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Olá, gente! Hoje o blog JovemNerd postou uma entrevista que fez a Ben Brode, diretor de Hearthstone. Nesta entrevista, que postamos na integra abaixo, Ben Brode dá detalhes sobre parte dos novos conteúdos do Ano do Mamute e sobre algumas das principais mudanças do jogo que chegarão neste ano.


Exclusivo: entrevistamos Ben Brode, diretor de Hearthstone, sobre o Ano do Mamute
Publicado em 23 de fevereiro de 2017 às 18h41

O Ano do Mamute promete ser grandioso e trará algumas mudanças muito importantes para Hearthstone ao longo do ano. Uma delas são três expansões que estão programadas para serem lançadas ainda em 2017 e que prometem mexer o meta game do jogo.

Para falar sobre isso, batemos um papo exclusivo com o simpático Ben Brode, diretor de Hearthstone, que nos deu detalhes sobre parte dos novos conteúdos do Ano do Mamute e algumas das principais mudanças do jogo que chegarão neste ano.

Durante o Ano do Mamute vocês vão lançar três expansões e um dos motivos é que o objetivo é mudar o meta game mais frequentemente. Por quê?

Ben Brode: Bem, há dois tipos de jogadores: aqueles que apenas gostam de jogar, talvez mudar um pouco os baralhos ou jogar com o mesmo. E temos um formato, o Livre, que é ótimo para jogadores que apenas querem continuar jogando com o mesmo baralho sempre, já que o formato não muda muito frequentemente.

Mas eu acho que também há aqueles que querem um meta ainda não definido, que gostam de experimentar com novas cartas e testar novos baralhos. Acho que precisamos de um formato que faça estes jogadores felizes. E esta é a ideia do formato padrão. Então há menos cartas, as novas têm um impacto maior e as cartas rodam todo ano para que o formato pareça bem diferente. E eu acho que, para estes jogadores, mais cartas fazem o jogo mais divertido.

Lançar três grandes expansões neste ano significa que vocês provavelmente terão menos tempo para fazê-las. Isso é um problema para o time? Como vocês estão lidando com isso?

BB: É bem mais coisa, porque também vamos lançar missões gratuitas junto com a segunda e a terceira expansão durante o ano. Mas a equipe está crescendo. Somos um time muito maior do que éramos no ano passado ou retrasado. Estamos aumentando a equipe para dar suporte a todas as coisas que estamos fazendo.

A verdade é que fazer uma expansão e fazer uma aventura são trabalhos parecidos para nós. Construir uma missão é um processo que consome bastante tempo e nos empenhamos bastante para fazer o design das missões. Mas agora estamos criando um “time de missões”. Na verdade, acho que estamos tendo a mesma quantidade de foco nas expansões que tivemos no passado, mas agora temos ainda mais pessoas trabalhando nos projetos single-player.

Estas expansões trarão novas mecânicas? Pode falar mais sobre isso ou talvez dar um exemplo?

BB: Eu definitivamente não posso dar spoilers! (Risos) Temos alguns anúncios chegando muito em breve, as você terá que esperar por eles.

Da última vez vocês focaram em Geringontzan. Como vocês decidem o tema das novas expansões em termos de história e talvez até de mecânicas?

BB: Tudo começa ao colocarmos pessoas em uma sala para dar ideias e escrevemos em um quadro. Quando temos uma lista enorme de ideias, começamos a tirar algumas. Às vezes tem ideias que alguém deu que são muito empolgantes e falamos: “É isso! Isso é muito legal!” Mas muitas vezes temos duas ou três ideias que nos empolgam. Começamos a trabalhar nelas, talvez fazer o design de algumas cartas.

Mas às vezes começa pelas mecânicas primeiro. Alguém fala: “Vamos fazer um conjunto onde os poderes dos heróis são importantes”, então fazemos um monte de coisas com poderes de heróis. Mas pode vir de qualquer direção e frequentemente as ideias são coisas que deixamos pendentes por muito tempo que não entraram da última expansão, então ela começa a crescer e acaba virando um novo conjunto.

Os temas das próximas três expansões já foram decididos ou é algo que ainda está indefinido?

BB: De certa forma, já estão decididos, sim. Fizemos um pequeno gráfico para o anúncio do Ano do Mamute no blog que teve uns teasers das próximas expansões. A próxima expansão está muito próxima de ser concluída. Vamos anuncia-la muito em breve. Vai ser lançada no segundo trimestre, eu acho.

A segunda eu diria que falta um pouco mais da metade para concluir o período de design final, que inclui garantir que as cartas sejam divertidas, que as mecânicas funcionam e tudo está balanceado. Depois disso temos o que chamamos de design inicial, que é onde ainda exploramos mecânicas, temas e fazemos o design individual das cartas, este tipo de coisa. Então temos três conjuntos sendo feitos, todos em estágios diferentes.

Balanceamento é obviamente uma parte importante de Hearthstone, se não a mais importante. Que tipo de mudanças de balanceamento podemos esperar?

BB: Anunciamos recentemente mudanças no Bucaneiro Café-Pequeno e no Garras Espirituais para a atualização no fim deste mês que acho que afetarão o meta drasticamente.

Normalmente não planejamos mudanças de balanceamento muito adiante, porque elas são uma resposta do que está acontecendo no meta game. Então não sabemos como o meta ficará depois das próximas mudanças e certamente não sabemos como ficará depois do lançamento da expansão. Mas se as coisas ficarem malucas, vamos nos prontificar a fazer ajustes no balanço.

Como a comunidade ajudou a equipe a criar os novos conteúdos que chegarão neste ano?

BB: Recebemos muito feedback da comunidade e boa parte é bastante útil, então lemos bastante feedback. Além disso, tem muitos jogadores aqui na empresa que nos dão feedback também.

Toda vez que fazemos alguma coisa, que fazer uma carta, nós aprendemos com isso. Por exemplo, na história de Hearthstone tivemos o Dr. Cabum, que era muito poderoso. Talvez não poderoso a ponto de quebrar o jogo, mas era uma das cartas mais fortes que fizemos. E era neutra, o que significa que ela aparecia em basicamente todo os baralhos. E sentimos que isso era um erro. Se vamos fazer cartas deste nível de poder, vamos fazer com que você não a veja em todo jogo, por exemplo ao fazer com que ela se torne específica de uma classe. Isso é algo que descobrimos jogando, mas também ouvindo a comunidade.

Existe algo que a comunidade pediu muito e vocês finalmente podem entregar neste ano?

BB: Tem muita coisa que a comunidade pede e que estamos empolgados. Uma delas é o suporte ao modo Livre, onde é possível jogar com qualquer carta já lançada. Nós falhamos em dar suporte ao modo do jeito que ele precisa antes. Pretendemos anunciar torneios do modo Livre para eSports neste ano e mais. Este é só o começo, temos muitos planos para o Livre. Queremos que as pessoas realmente sintam que estamos dando suporte para o modo.

Algumas cartas serão exclusivas do Livre agora, porque eram usadas muito frequentemente pelos jogadores, se não estou enganado. Você pode falar um pouco mais sobre isso?

BB: O modo Padrão existe para que as pessoas possam ter experiências novas e diferentes o tempo todo. Alguns decks têm 22 ou 25 cartas básicas e clássicas que estão no topo do meta. O que isso significa é que, conforme as cartas entram na rotação, os decks não mudam muito. Isso significa que estamos em risco pelo Padrão não mudar muito, a menos que façamos alguma coisa.

Nós sabíamos disso ao trazer a ideia do formato Padrão, nós enfraquecemos 12 cartas quando lançamos o modo para tentar garantir que os jogadores sentissem que podiam afetar mais o meta com seus baralhos. Mas sentimos que ainda não era o bastante, então escolhemos seis cartas para serem exclusivas do Livre que costumavam fazer parte do conjunto clássico, que ainda é o mais poderoso do jogo, mas achamos que ele será enfraquecido o bastante para que as expansões afetem mais o meta. Acreditamos que o meta vai mudar mais frequentemente conforme lançamos mais expansões.

O modo single-player vai receber novidades também. O que você pode falar sobre elas?

BB: Começando pela segunda expansão deste ano, vamos lançar missões gratuitas, mas não vamos colocar cartas exclusivas como recompensas nelas. Vamos só colocar pacotes do novo conjunto como recompensa do modo solo.

Como não tem cartas exclusivas, podemos fazer as missões ficarem um pouco mais difíceis. Não serão tão difíceis quanto os Heroicos antigos, mas serão mais difíceis do que as missões eram no passado. Achamos que vai ser uma experiência bem legal.

Por que a decisão de tirar as cartas exclusivas?

BB: Uma das coisas que queríamos para a expansão é que ela fosse mais divertida. E abrir pacotes é divertido. Mas parte do motivo também é que, se jogadores pagam pelo conteúdo ou precisam do conteúdo para competir, tínhamos que fazer as missões tão fáceis que qualquer pessoa conseguisse vencer. O que sentíamos com isso é que gastávamos muito tempo fazendo missões e as pessoas passavam por elas em quatro minutos. Este foi um dos motivos para colocarmos o Heróico, para começar. Mas agora, já que você não precisa concluir as missões, podemos torná-las mais desafiadoras e acho que muito mais divertidas também.

E um modo cooperativo? Estão pensando em algo sobre isso?

BB: Definitivamente estamos pensando sobre isso. Estivemos fazendo algumas Contendas que exploram o conceito de cooperação em Hearthstone, onde você e seu oponente na verdade se juntam contra os lacaios no meio do campo de batalha. Isso é bem divertido. Vamos continuar explorando ideias malucas diferentes para multiplayer em Hearthstone, mas ainda não sei que formato isso terá.

Existe uma chance de vocês liberarem um servidor de testes para Hearthstone um dia?

BB: Eu não sei. É possível, mas uma das coisas interessantes sobre Hearthstone para mim é que o meta se solidifica muito rápido. Parcialmente porque as informações são compartilhadas rapidamente, as pessoas fazem stream de Hearthstone, então quando alguém acha um bom baralho, ele se prolifera rapidamente na comunidade.

Então imagine isso: se o objetivo é testar conteúdo, o colocamos no servidor de testes para pegar informações. As pessoas precisam de tempo para aprender e testar as coisas, então provavelmente precisamos de um mês ou dois para pegar informações boas ali. Então precisamos fazer as mudanças e criar as atualizações, o que também toma tempo.

Então na hora que lançarmos o conteúdo, o meta já vai ser de conhecimento dos jogadores, não haverá experimentação. Tudo já foi feito nos testes. Acho que isso realmente quebra a experiência e a diversão do jogo. Eu prefiro lançar as cartas, deixar os jogadores experimentarem e depois fazer mudanças em um ambiente vivo do que sacrificar toda a descoberta e a maravilha de um conjunto novo.

Tem algo do universo de Warcraft que você quer muito aproveitar em Hearthstone algum dia?

BB: Eu amo World of Warcraft, tenho jogado títulos do Warcraft desde o segundo, li vários livros. Simplesmente sou um grande nerd do lore de Warcraft. Mas eu não quero indicar nada que acho especificamente interessante. (Risos) Porque eu quero que os anúncios futuros sejam uma surpresa. Mas sou um grande fã de Warcraft.

Que tal deixar uma mensagem para os fãs brasileiros?

BB: Claro! Os jogadores brasileiros são incríveis! Muitos deles tiveram muito sucesso no cenário de eSports e estou empolgado para ver que baralhos vão criar no Ano do Mamute para mostrar ao resto do mundo.

Créditos a jovemnerd.com.br

 
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